Nossas criações



Homenagem às mulheres brasileiras *Professora Maria Cristina.


HIBRIDO- * Juscelino Sales


Eu sou o ser de faceta vária... Na dureza de uma madeira ocre eu dissimulo:
Que sou silêncio, vento, máscara. Muitas máscaras, muitas gentes: personagentes!
Pessoas me olham, seu olhar volta contra mim e retorna: um grito fantástico!,
eu ouço,
Da boca que contempla o diverso que sou: identidades, miragens, personagens...
O homem colonial feito da suruba acidental, do descobrimento inventado pela pena
Encantada da nossa história mirabolante de gaveta e mandarim: fascículos do Caminha.
Sou de tantas encomendas, livros, contos, lendas, costumes que nem sei...
Os antigos me fizeram tradição. Os modernos sempre me reinventam:
E na mão de pilão, me escaldam, me desalmam!
De mim, já narraram tantas fábulas: me fizeram, me refizeram – mil-faces:
De Cabral, de Pedro, de Pombal, de João (Joões) e Maurício de Nassau...
Batizado na pia da catequese meu sangue cristão,
De Iracema, Peri, Ceci, me fez José de Alencar, o europeu indígena,
De Macunaíma o Mário de Andrade me desconverteu: virei estrela de brilho inútil...
De mucama e ama-de-leite eu pari pretos ilegítimos brancos,
Peles de pureza impura, de natureza nem clara nem escura.
Triste fazimento ocidental, perdulário sentimento colonial:
Eu sou o sertanejo fazendo a rapadura da cana que desgastou o chão do nordeste,
Filipa, Marcela, Ana, me chamam – de Zé, Pulú, Gerômo,
De português, de africano, escravo, senhor,
Anhangüera: Rebendoleng,
De origem: índio-índio-índio-índio-índio-índio:
Eu ser Capetinga, homem branco! Eu ser muitos
Eu sou o de identidade nenhuma. Todas as matizes me são:
O silêncio aceita o barulho demais, as árvores corantes Pau-Brasil se esvaziam,
O português veio, me trouxe presentes. Eu beijei a boca dele,
Eu sou o indígena que fumou o cachimbo da fé
E vi Tupã pregado numa cruz com enfeites de macambira,
Eu beijei a boca dele,
Nossos lábios se encontraram, tocamos o sopro da vida:
O desejo colonial, perverso, devassa o meu corpo, o seu toque possui o poder estranho,
Desconheço a graça de sua perfídia que o beijo mortal instalado em mim me sangra,
Revelo que a máquina da civilização me gasta!
Que me entrelaço ao cruel perfume da história e o tempo transpassado pinta minha alma
Mestiça, cabocla, mulata, encardida, misturada.
No coração misturam sonhos tépidos,
E do meu ser voejam pensamentos,
Que me revelam enquanto durmo no tronco pálido,
A mentira bonita do descobrimento.
O beijo fatal, genocida e cálido,
De índio, branco, negro, fogo e vento,
Água e chão, urbe e sertão: sou híbrido,
E permaneço, gente, poema e tempo.
Eu sou o beijo silencioso do tempo que me desgasta enquanto viajo através do
Sonho mágico, navegando mares nunca dantes, para me encontrar:
Com a máscara de eu mesmo dentro do outro:
O espelho de muitos que em mim adormece a estátua do reflexo transcultural:
Híbrido.


*Poema enviado pelo poeta e escritor Juscelino de Sales, ex-aluno do Colégio, graduado  em  LETRAS na Universidade Estadual de Goiás.





PENSAMENTOS INOCENTES


Pensei que a vida era contos de fada
Mas um dia percebi que nem tudo tem um final feliz.


Pensei que não existia maldade no mundo
Mas um dia percebi que existem muitas pessoas más.


Pensei que a solidão nunca me encontraria
Mas quando eu menos esperava, ela me encontrou.


Pensei que ia morrer de tanto amor
Mas um dia percebi que o amor não mata.


Pensei que nunca encontraria amiga neste mundo
Mas quando eu menos esperava, eu encontrei.


Pensei que nunca iria conseguir perdoar alguém
Mas quando eu menos esperava, lá estava eu perdoando.


Pensei que se molhasse na chuva a água levaria as minhas lágrimas com a enxurrada
Mas percebi que isso não diminuiria a dor que sinto no coração.


Pensei em me suicidar
Mas percebi que isso não resolveria os meus problemas.


Pensei que não existia esperança
Mas percebi que a esperança é você que constrói.


Nunca diga: não consigo para um sonho.
Porque nenhum sonho é grande demais para ser esquecido
E o céu é o limite de tudo isso.


*Contribuição da aluna do turno Vespertino - Lailla Fernandes Oliveira-
1ª série "D"




VITÓRIA
                    
Vitória não é só levantar a taça ou a bandeira de vencedor, é lutar pelos seus objetivos e fazer valer  suas conquistas. Quem fica sentado esperando que tudo caia em suas mãos, não tem força de vontade, força de espírito.
Quem batalha , corre atrás e não consegue ainda assim, é um vencedor, pois olha para trás e vê que ele teve a capacidade de buscar, que mesmo não tendo frutos, sua luta lhe atribuiu conhecimentos; já quem ficou parado continua vegetando, pois, não tem sobre o que refletir.
Mesmo não sendo vitorioso, jamais desista de seus objetivos, porque a vitória não é só vencer, é buscar e ter sede de competir.

*Contribuição da aluna Renata Damacena Sales - 3ª série "A"